Confira a contribuição da CDD* na Consulta Pública MS-SECTICS no 81/24 relativa à proposta de incorporação do medicamento donepezila para pacientes com doença de Alzheimer grave:
Contexto
Na 134ª Reunião Ordinária da Conitec, realizada em 2 de outubro de 2024, os membros do Comitê
de Medicamentos decidiram, de maneira unânime, por não recomendar, preliminarmente, a incorporação da donepezila em associação com a memantina para o tratamento de adultos com doença de Alzheimer grave. No entanto, a Conitec recomendou inicialmente a incorporação da donepezila em monoterapia para esse grupo etário.
Posicionamento da CDD
A CDD acredita firmemente que a donepezila deve ser adotada, pois seu uso pode gerar economia para o SUS e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, considerando que a donepezila é o único medicamento de sua classe indicado para todos os estágios da doença e pode ajudar a controlar sintomas como apatia e confusão. A análise econômica sugere que a combinação da donepezila com a memantina pode ser custo-efetiva, mas a evidência sobre essa associação ainda apresenta incertezas. Portanto, a adoção da donepezila em monoterapia é vista como uma medida essencial para atender às necessidades dos pacientes com Alzheimer grave.
A donepezila, como um inibidor da acetilcolinesterase, é reconhecida por sua capacidade de melhorar os sintomas cognitivos em pacientes com Alzheimer. A evidência apresentada no relatório demonstra que sua utilização é válida em todos os estágios da doença. A incorporação da donepezila no SUS permitirá que pacientes com Alzheimer grave tenham acesso a um tratamento que pode melhorar significativamente sua qualidade de vida.
O relatório sugere que a donepezila, isoladamente ou em combinação com a memantina, pode ser
custo-efetiva. Considerando a crescente demanda por tratamentos de Alzheimer no Brasil, o reconhecimento do uso da donepezila pode resultar em economia para o sistema de saúde, evitando
hospitalizações frequentes e diminuindo a sobrecarga financeira sobre pacientes e famílias, além de contribuir para a sustentabilidade do SUS.
Dessa forma, entendemos que a incorporação da donepezila no SUS não é apenas uma questão de acesso
a medicamentos, mas um passo importante e necessário para melhorar a vida de milhares de
pacientes com Alzheimer grave no Brasil. É uma oportunidade de garantir um tratamento efetivo,
econômico e alinhado com as melhores práticas de saúde, atendendo assim, às necessidades dos
pacientes e suas famílias.
Leia a contribuição na íntegra no documento abaixo:
*A CDD é uma associação independente que pauta suas ações no conceito de medicina baseada em evidências. Sendo assim, acreditamos que produzir e compartilhar conhecimento sobre as diversas doenças crônicas que afetam a população brasileira melhora a qualidade de vida das pessoas que convivem com tais patologias – tanto no que se refere à aceitação da sua condição de saúde, quanto na sua plena vivência em sociedade. Então, sempre que a ciência avançar em direção à melhora ou à cura de pacientes com condições crônicas de saúde, a CDD defenderá o acesso destes pacientes às tecnologias disponíveis, de acordo com o princípio da livre prescrição médica.
A consulta pública para avaliar a incorporação do donepezila para pacientes com doença de Alzheimer grave vai até o dia 11 de dezembro. Para dar opinião sobre o assunto e participar da consulta, acesse o portal da Conitec.